
Já havíamos previsto que o cenário brasileiro de e-book readers caminharia para o monopólio da Amazon com sua linha Kindle. No momento em que faço esse post (agosto 2020) só é possível comprar e-readers em território nacional da marca Kindle. Seus únicos dois concorrentes, LEV da Saraiva e Kobo da Livraria Cultura não estão mais disponíveis para venda nos seus respectivos sites.
Ressalte-se que o cenário de todo o mercado editorial brasileiro já vinha sendo delicado, conforme artigo publicado no website da Câmera Brasileira do Livro, que aponta drástica retração de 20% entre 2006 a 2019, lembrando que nesse longo período tivemos momentos de grande expansão econômica e depois a crise em que vivemos até agora.
Crise só agravada pelo quadro de pandemia e pela confusão reinante na política brasileira desde 2019. As duas grandes livrarias brasileiras, mesmo antes da pandemia já iam muito mal das pernas, ambas em recuperação judicial e com severas contrações e fechamento de filiais.
Assim, a Amazon, que está no país há seis anos, não possuindo lojas físicas mas contando já com uma robusta rede de distribuição de produtos e, mais recentemente, adotado o modelo de marketplace (anuncia e vende produtos de outras lojas), acaba por ser onipotente opção para quem se interessar em comprar um e-reader e livros digitais nos dias de hoje.
No momento possui três modelos de leitores, o Kindle 10ª geração, mas barato e agora dispondo de iluminação. O Kindle paperwhite, modelo intermediário, a prova dágua e vendido em versões de 8 e 32gigas e o modelo de luxo, Kindle Oasis, com tela de 7” e rotação automática e controle de temperatura da tela, além dos recursos já citados do paperwhite.
Os preços vão de R$ 349,00 pela versão básica a R$ 1.299,00, pela versão do Kindle Oasis de 32 gigas (acresça mais R$ 200,00 para a capa). Se esses preços são caros ou acessíveis, fica um pouco difícil de julgar, pois não há mais exemplos para comparação. É fato, contudo, que a variação de preços não é muito grande, desde o lançamento das primeiras versões desses modelos. Tivemos sim algum acréscimo no preço, mas com melhorias nos produtos. A versão anterior do Kindle básico custava R$ 299,00, contra os já citados R$ 349,00, mas não possuía iluminação. O Kindle Paperwhite tb passou de R$ 479,00 para R$ 499,00 na nova versão, mas passou para 8 gigas de memória (tinha 4gb), nova tela em vidro e tornou-se a prova dágua, o que justifica bem o acréscimo de apenas R$ 20,00. Já a versão luxo, a linha Oasis, teve uma ligeira queda de preço entre a versão anterior a atual, ganhando tb o controle de temperatura, a proteção contra água e a opção para 32 gigas (que já existia somente na Amazon americana). Destaca-se também que esses produtos têm mantido o relativo “preço baixo” porque possuem alguns incentivos fiscais, como por exemplo a isenção de importação, por serem dispositivos de mídia exclusivos para leitura de livros (livros não tem tributação de importação).
Portanto, quem quiser sair da linha kindle para ler seus livros terá que se arriscar a uma importação direta e pagar o preço a vista. Boa sorte com isso!
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